REFÚGIO MIRZÉ
O Refúgio Mirzé reflete a busca por um projeto enxuto e funcional, com atenção à estratégias de conforto térmico e acústico, sem comprometer a integração com a natureza e o desenho delicado que conecta a casa à paisagem.


Ficha Técnica
Ano: 2023
Local: São Bento do Sapucaí - SP / Serra da Mantiqueira
Autor do projeto: Homã Alvico.
Colaboradores: Michele Guillen e Gabriela Batistela.
Sistema Construtivo: Alvenaria estrutural cerâmica, madeira serrada e estrutura metálica.
Materiais: Ardósia preta, madeira ebanizada, cerâmica natural e pedra rústica.
Fotografia: Pedro Kok.

Gráfico de Sistemas Construtivos Empregados
Cada projeto é único por ter uma história singular, essas histórias tramam formas que criam espaços tão peculiares quanto à própria existência. Esse projeto começa com um entendimento de programa de necessidades em conversas com os clientes, um casal de meia idade com filhos já casados. O interessante do programa é que os clientes não queriam uma casa de campo convencional, dessas que recebem “grupos” de visitas que se hospedam em uma das diversas suítes, queriam um refúgio.
Um refúgio de verdade, aquele lugar vão para se sentir bem e fazer as coisas que gostam, dentro da escala da vida à dois, não projetaram a casa para uma eventualidade, mas para o final de semana comum, quando saem cedo para andar de mountain bike na região - inclusive, um dos motivos pela escolha do local do terreno . Voltam no início da tarde, abrem uma cerveja enquanto conversam sobre a trilha e preparam o almoço tardio. No restante do dia, é descansar, contemplar a natureza, ver o sol se pôr da varanda, ler um livro, assistir um filme e dormir com o barulho da mata.




O primeiro ambiente da casa não é uma sala de estar, mas, uma oficina de bikes. Cada ambiente foi pensado para ser usado todos os dias, sem desperdícios de metro quadrado.
Foi importante para nós entendermos a escala do conforto psicológico que esse casal poderia sentir, ter um tamanho adequado o suficiente para não se ter uma casa sub-utilizada, ou vazia dentro da rotina padrão, mas ao mesmo tempo ter o conforto do espaço, sem aperto.
elevação frontal
planta baixa
corte lateral



Durante o processo ficou claro que a potência de paisagem deste terreno era a mata em si, ter de um lado a vista mais ampla acortinada pelas esbeltas árvores típicas da mata atlântica, fazendo a luz passar por entre galhos e folhas, e de outro lado uma mata densa, úmida, e sonora.




Na fachada, utilizamos placas de ardósia negra e madeira de reflorestamento ebanizada, formando uma fachada ventilada que, juntamente com vidros duplos insulados, aumentou consideravelmente o conforto térmico da casa, mantendo uma temperatura interna estável.


